JOHAN J. WETTSTEIN
Uma das figuras mais controversas nas fileiras dos pesquisadores bíblicos no século XVIII foi J. J. Wettstein (1693-1754). Desde novinho, Wettstein se viu encantado pela questão do texto do Novo Testamento e suas múltiplas variações e perseguiu o assunto em seus primeiros estudos. No dia posterior a seu aniversário de 20 anos de idade, em 17 de março de 1713, defendeu tese na universidade de Basiléia sobre "A variedade de versões no texto do Novo Testamento". Entre outras coisas, o protestante Wettstein defendia que versões variantes "podem não ter um efeito debilitante sobre a fidedignidade ou integridade das Escrituras". A razão: Deus "pôs esse livro de uma vez por todas no mundo como um instrumento para a perfeição do caráter humano. Ele contém tudo o que é necessário para a salvação tanto da crença quanto da conduta". Nesse caso, versões variantes podem afetar pontos menores das Escrituras, mas a mensagem básica segue intacta, não importa que variante alguém perceba.(17)
Em 1715, Wettstein foi à Inglaterra (em uma turnê literária) e teve completo acesso ao Códice Alexandrino, do qual já ouvimos falar quando abordamos Bentley. Uma parte do manuscrito mereceu a atenção particular de Wettstein: era uma daquelas questões acessórias de conseqüências enormes: dizia respeito ao texto de uma passagem-chave do livro de I Timóteo.
A passagem em questão, I Timóteo 3, 16, fora usada durante muito tempo por defensores da teologia ortodoxa em apoio da visão segundo a qual o próprio Novo Testamento chama Jesus Deus. É que o texto, na maioria dos manuscritos, refere-se a Cristo como "Deus tornado manifesto na carne e justificado no Espírito". Como já indiquei no capítulo 3 deste livro, a maioria dos manuscritos abreviava os nomes sagrados (os chamados nomina sacra, e esse é o caso justamente aqui, onde o termo grego para Deus (ΘEOΣ é abreviado com duas letras, teta e sigma (ΘΣ, com uma linha traçada no topo das duas para indicar que se trata de uma abreviatura. Wettstein percebeu, ao examinar o Códice Alexandrino, que a linha sobre as duas letras fora feita em uma tinta diferente da que fora usada para as palavras circundantes, de onde se depreende que provinha de uma mão tardia (isto é, traçado por um copista posterior). Além disso, o traço horizontal do meio da primeira letra, Θ, não fazia realmente parte da letra, mas era uma linha que vazara desde o outro lado do velho velino. Em outros termos, em vez de se tratar de uma abreviatura (teta-sigma) de "Deus" (ΘΣ, a palavra era realmente formada por um ômicron e um sigma (ΘΣ), uma palavra completamente diferente, que significa simplesmente "quem". A redação original do manuscrito não falava, pois, de Cristo como "Deus manifestado na carne", mas de Cristo, "que foi manifestado na carne". De acordo com o testemunho antigo do Códice Alexandrino, Cristo deixa de ser explicitamente chamado de Deus nessa passagem.
Na seqüência de suas investigações, Wettstein encontrou outras passagens típicamente usadas para afirmar a doutrina da divindade de Cristo que, de fato, representavam problemas textuais. Quando esses problemas são resolvidos com fundamentos crítico-textuais, na maioria das vezes, referências á divindade de Jesus são excluídas. É o que ocorre, por exemplo, quando o famoso parêntese joanino (I João 5, 7-8) é removido do texto. E isso acontece em uma passagem, Atos 20,28, na qual muitos manuscritos falam da "Igreja de Deus, que ele obteve por seu próprio sangue". Aqui, outra vez, fala-se de Jesus como Deus. Mas, vez disso, no Códice Alexandrino e em alguns outros manuscritos, o texto fala da "Igreja do Senhor, que ele obteve por seu próprio sangue". Aqui Jesus é chamado de Senhor, mas não é explicitamente identificado com Deus.
Alertado contra dificuldade desse tipo, Wettstein começou a questionar seriamente as próprias convicções religiosas e foi se familiarizando com o problema segundo o qual o Novo Testamento raramente chega, se é que alguma vez chega, a chamar Jesus de Deus. E ele começou a se sentir incomodado com seus companheiros pastores e professores de sua cidade natal, Basiléia, que às vezes se confundiam na linguagem sobre Deus e Cristo - por exemplo, ao falar do Filho de Deus como se se tratasse do Pai, ou ao dirigir-se a Deus Pai na oração, falando de suas "sagradas chagas". Wettstein achava que era necessário ser mais rigoroso ao falar do Pai e do Filho, visto que não eram o mesmo.
A insistência de Wettstein nesses materiais começou a levantar suspeitas entre seus colegas, suspeitas que se confirmaram para eles quando, em 1730, Wettstein publicou uma discussão dos problemas do Novo Testamento grego como antecipação de uma nova edição que estava preparando. Inclusas entre as amostras de passagens de sua discussão estavam alguns dos textos disputados que eram usados pelos teólogos para fundamentar biblicamente a doutrina da divindade de Cristo. Para Wettstein, na realidade, esses textos tinham sido alterados justamente para incorporar essa perspectiva: os textos originais não podiam ser usados como apoio dessa doutrina.
Essa posição causou furor entre os colegas de Wettstein, muitos dos quais se tornaram seus adversários. Eles fizeram moções junto ao conselho municipal da Basiléia para que Wettstein não conseguisse autorização para publicar seu Novo Testamento grego, por eles classificado de "obra perigosa, indesejável, inútil"; e afirmavam que "o diácono Wettstein está pregando fora da ortodoxia, fazendo afirmações, em suas aulas, contrárias ao ensino da Igreja Reformada e tem em mãos as provas de um Novo Testamento grego no qual algumas perigosas inovações muito suspeitas de socinianismo [uma doutrina que negava a divindade de Cristo] virão à tona". Chamado a prestar contas de seus pontos de vista diante do conselho universitário, concluiu-se que ele defendia posições "racionalistas" que negavam a inspiração plenária das Escrituras e a existência do mal e dos demônios e insistia em obscuridades escriturísticas.
Wettstein foi, então, destituído do diaconato cristão e obrigado a deixar a Basiléia. Por isso, foi estabelecer residência em Amsterdam, onde deu continuidade à sua obra. Posteriormente, queixou-se de que essa controvérsia toda forçou um atraso de vinte anos na publicação de sua edição do Novo Testamento grego (1751-1752).
Mesmo assim, era uma edição magnífica, que mantém todo o valor para os pesquisadores de hoje, mais de duzentos e cinqüenta anos depois. Nela, Wettstein imprime o Textus Receptus, mas também reúne um surpreendente conjunto de textos judeus, romanos e gregos, que são paralelos de afirmações encontradas no Novo Testamento e podem iluminar o sentido delas. Ele também cita um grande número de variantes textuais, aduzindo como prova cerca de vinte e cinco manuscritos maiúsculos e cerca de duzentos e cinqüenta minúsculos (quase três vezes o número a que Mill teve acesso), ordenando-os de modo muito claro, referindo cada maiúsculo com uma letra diferente em caixa alta e usando números arábicos para marcar os manuscritos minúsculos - um sistema de referência que se tornou padrão durante séculos e que ainda é, em sua essência, amplamente usado hoje.
A despeito do enorme valor da edição de Wettstein, a teoria textual que está por trás dela geralmente é vista como completamente ultrapassada. Wettstein ignorava os avanços metodológicos feitos por Bentley (para quem já trabalhadra, cotejando manuscritos) e Bengel (a quem considerava inimigo) e ainda afirmava que os antigos manuscritos gregos do Novo Testamento não mereciam crédito porque, a seu ver, tinham sido todos alterados em conformidade com os testemunhos latinos. Contudo, não há prova de isso ter acontecido e o resultado final de usar esse raciocínio como critério determinante de avaliação é que, quando alguém precisa decidir acerca de uma variante textual, o melhor procedimento não é ver o que os mais antigos testemunhos dizem (eles, de acordo com essa teoria, distanciaram-se completamente dos originais!), mas ver o que os mais recentes (os manuscritos gregos da Idade Média) dizem. Nenhum dos grandes pesquisadores do texto apóia essa teoria esquisita.
____________________________
17. HULBERT-POWELL, C. L. John James Wettstein, 1693-1754: an account of hislife, work, and some of his contemporaries. Londres: SPCK, 1938. p. 15-17.
DO LIVRO: BART D. EHRMAN, O que Jesus disse? O que Jesus não disse? Quem mudou a Bíblia e por quê, capítulo 4, A BUSCA DAS ORÍGENS, p. 122-126.
YESHUA (JESUS) É D'US? Escrito por Igor Miguel Certa vez Yeshua foi questionado por um escriba, sobre qual era o principal dos mandamentos. Ele, sem hesitar, lhe respondeu: “Ouve Israel, ADONAI é nosso D'us, ADONAI é UM” (Mc 12:29 - Dt 6:4). Yeshua citou o mandamento central da fé do povo judeu, o fundamento do monoteísmo, a crença em Um Ùnico D’us. Este é um princípio básico das Escrituras, o fato de que não há espaço para deuses, mas para Um Único D’us, ADONAI. Porém tradicionalmente, o cristianismo vem compreendendo Jesus ou Yeshua dentro do conceito de trindade e comumente ouve-se cristãos afirmando que Jesus é D’us ou o próprio ADONAI (O PAI) em carne. Tais afirmações podem ser problemáticas se forem má formuladas, pois colocam em risco a fé monoteísta, produzindo assim uma doutrina que pode soar idólatra ou no mínimo triteísta. Pois afinal, se D’us é um e Seu nome é Adonai, como pode haver outro D’us chamado Jesus? Esta é uma pergunta lógica, que automaticamente produzirá uma outra: “Yeshua é D’us?” Antes de responder esta pergunta, deve-se primeiro refletir sobre o quê significa a palavra “D'us”. Ignorando o fato de que em português ela tem origem pagã, todos tem de alguma forma um conceito do quê esta palavra significa, ou a quem ela se refere. Mas, sabe-se que há diferentes “deuses”, tanto quanto existem diferentes religiões. Porém, ao se tratar do D'us da Bíblia, a que D'us ela está se referindo? Conforme o texto citado, o D'us Único da Bíblia é ADONAI. Para ser mais exato, Seu nome é formado por quatro consoantes hebraicas – Yud, Hei, Vav e Hei, que formaria o correspondente em português YHVH. Como se pode observar, o nome de D'us não tem vogais, o que o torna conseqüentemente impronunciável. Muitos na tentativa de transliterar este nome criaram expressões como Jeová, Javé, Yavé, Yahweh ou Yahú; todas criações de um nome completamente desconhecido, conforme a lingüística hebraica vem comprovando. Como vimos, o nome do D'us de Israel é impronunciável, sendo assim, foi criada uma forma alternativa de chamá-lo, neste caso, a expressão ADONAI, que quer dizer simplesmente “SENHOR”. Conclui-se então, que D'US é UM e seu nome é YHVH (ADONAI). Partindo desta tese, retoma-se a pergunta inicial: “YESHUA (JESUS) É D'US?”. Se esta pergunta é formulada com o sentido de “YESHUA (JESUS) É ADONAI?”, a resposta é: NÃO! Por quê? Por um motivo simples, o próprio Yeshua deixou claro em várias citações sua distinção do PAI (ADONAI); veja este exemplo: "Em verdade, em verdade, digo-vos que o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma, se não vir fazer o Pai; porque tudo o que o Pai faz o Filho faz igualmente. Porque o Pai ama o Filho e lhe mostra tudo o que faz; e Ele lhe mostrará maiores obras do que estas para que vos maravilheis. Porque, assim como o Pai ressuscita os mortos e os vivifica, assim também o Filho vivifica aqueles que quer. E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo" (João 5.19-22). Este texto é muito interessante, pois demonstra claramente que Yeshua e o Pai possuem funções distintas e que o poder dEle depende completamente de Adonai, como diz o trecho: “[...] o Filho por si mesmo não pode fazer coisa alguma [...]”. Além disso, também fica claro que existe uma poderosa unidade entre ambos - unidade não no sentido de serem a mesma 'entidade', mas de parceria, união - [...] porque tudo o que o Pai faz o filho faz igualmente [...]. Por isto em outro trecho, Yeshua dirá “Eu e o Pai somos UM”. O que se percebe é que Yeshua tem uma autoridade divina – o que não o transforma no PAI. Porém, esta depende profundamente de ADONAI, Ele não tem autoridade ou poder divino por si só, ele depende da unidade com Seu Pai. Outro detalhe importante é perceber a submissão de Yeshua, pois como ele mesmo disse: “[...] vou e volto para junto de vós. Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai, pois O PAI É MAIOR DO QUE EU” (João 14:28). Isto deve ficar claro, pois o problema é que a doutrina da trindade, vem ignorando o fato importante de que Yeshua está submetido à autoridade do Pai (ADONAI), e que o PAI, conseqüentemente é maior do que o Filho. Existe um caráter hierárquico aqui. Agora, voltando à pergunta, “Yeshua é D'us”? Se esta sentença tiver o mesmo sentido de perguntas como: “Yeshua é divino”? ou “Yeshua possui atributos divinos”? ou ainda “Yeshua tem autoridade divina?”. Se ela for formulada com estes significados, não há problemas em responder que SIM, Yeshua é D’us (divino). Pois de fato, Yeshua tem atributos e autoridade divinas, mas não porque ele é o PAI, ou ADONAI, mas, porque o PAI lhe concedeu tal poder – como foi visto em texto anteriormente citado. Vale fazer outra citação antes de prosseguir: “No princípio era o Verbo, o Verbo estava com D'us, e o Verbo era D'us” (João 1:1). Este texto significa que lá em Gênesis (Bereshit em hebraico) a PALAVRA (gr. LOGOS ou hb. DAVAR) estava com D’us, sabe-se que ela é YESHUA (JESUS), porém o texto ainda diz que Ele O VERBO (A PALAVRA) era D'us. Não seria esta uma refutação a teoria apresentada neste texto? De forma alguma! Basta observar a estrutura deste versículo em grego. Toda vez que se usa um termo grego para se referir a um substantivo, usa-se um artigo definido antes dele, a ausência deste artigo indefine automaticamente o substantivo. Por exemplo, quando o substantivo masculino ocorre (em grego) e se quer fazer uso de um artigo definido, usa-se a expressão “rô” 1. O estranho é que neste texto João, o final da sentença está: “kai (e) théos (D'us) en (era) ró (o) logos (verbo)”. Observe a ausência do artigo “ró” antes de D'us (théos), já antes da palavra “logos” ele ocorre. Como no grego a ausência de artigo definido, indica automaticamente indefinição, daí que alguns grupos concluíram a tradução do texto como “um D'us” – os Testemunhas de Jeová por exemplo – traduzindo o texto com um artigo indefinido antes de theós. Porém, esta tradução também é errada, uma solução simplista e que fere a idéia de um único D'us. Pois, ao por D'us no indefinido “um”, supõe-se a existência de outros deuses, e aí cai-se novamente no 'politeísmo'. Finalmente, qual seria a solução para este texto? Qual seria a melhor tradução? Devemos lembrar que o evangelho de João possui um grego muito pobre, provavelmente escrito por alguém que tinha pouco domínio da língua, conforme esclarece o Dr. Russel Champlim: “O grego ali usado é próprio de um autor que falava o aramaico (sic) [hebraico], e que adquiriu o grego como segundo idioma. Há muitos erros gramaticais no original...” (CHAMPLIM, R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Ed. Candeia, São Paulo: 1995, Pg. 544). O que parece é que João queria usar o substantivo theos (D'us) como um adjetivo, não no sentido do 'verbo ser D'us', mas, que o 'verbo é DIVINO'. O que esclarece definitivamente o texto. Fato é, João não estava dizendo através deste texto que Yeshua é ou era ADONAI. Mas, que Ele é divino, o que muda completamente o sentido do versículo. Para entender definitivamente a função de Yeshua, deve-se usar o princípio da representatividade. Yeshua REPRESENTA o Pai. Por ser seu representante legal é também possuidor da autoridade dAquele a quem representa, é divino, não no sentido de ser o PAI, mas no sentido de vir do D'US ADONAI. Por isto a Bíblia o chama de “D'US FORTE” (Isaías 9:5) e “D'US CONOSCO – EMANUEL” (Isaías 7:14). Pois, YESHUA 'REPRESENTA' ADONAI ENTRE NÓS, sendo assim, quem honra o Filho, honra o Pai (João 5:23). Existem vários textos que demonstram este caráter representativo de Yeshua, vejamos: “... o qual (Messias) é a imagem do D’us invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl. 1:15). Aqui o Messias é a “imagem do D’us invisível”, ninguém pode ver ao Eterno (YHVH), mas todos podemos vê-lo em Seu Filho o Messias Yeshua. Outro texto interessante é o que está em Hebreus 1:3: “Ele, que é o resplendor da glória e a expressão do Seu Ser”. Vale observar a má tradução feita pelas versões Almeidas (ARC e ARA) que colocam o versículo como: “... a expressão ‘exata’ do Seu ser...” esta palavra – exata – simplesmente não existe no original, a palavra grega aqui é ‘character’ que foi melhor traduzida pela versão americana King James como sendo: “a imagem expressa do Seu ser”. Yeshua é a uma expressão cognoscível, em que é possível conhecer D’us (YHVH). D’us o Pai, o ETERNO (YHVH) é intenso, é icongnoscível, é extenso, transcendente, enorme, é Eterno ou como dizem os cabalistas o EIN-SOF (Sem Fim), nem um homem em seu estado de mortalidade pode conhecê-lo, por isto enviou Ele um mediador (um representante), no qual é possível perceber todos os Seus atributos de uma forma compreensível a mente e as condições espirituais do homem. O D’us icongnoscível se torna congnoscível através de Seu Ungido o Messias YESHUA. Por isto João diz: “Ninguém jamais viu a D’us; o Filho unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou” (João 1:18) [Observação sobre as versões que põe este verso como: ‘... o D-us o unigênito o revelou...’ estão no final do artigo na nota #2]. Ninguém jamais viu a D’us, por Isto agora podemos vê-lo em Seu filho, é como o próprio Yeshua disse em Mateus 11:27 “... ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. Aí reside o que chamo de “Divindade Representativa” – ninguém pode conhecer o Pai, ninguém pode percebê-lo, Ele é incompreensível se o vermos em nossas limitações intelectuais e espirituais, por isto Ele enviou seu FILHO em quem habita corporalmente (em forma de corpo) sua plenitude, a fim de torna-se compreensível aos olhos humanos. Assim, o D’us único revela seu poder e atributos através de seu Ungido. Chocante para os que formulam D’us dentro do conceito trinitariano é pensar na possibilidade que Yeshua (Jesus) tem um D’us, sim, Paulo faz menção a isto quando diz: “Bendito seja o D’US, e PAI de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias...” (II Co 1:3 e Ef 1:3). Como pode Ele ser o D’us de si mesmo? Encerra-se dizendo: “Depois virá o fim, quando houver entregado [YESHUA] o Reino a D-us, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império e toda a potestade e força. Porque convém que [YESHUA] reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés. Porque todas as coisas (o Messias) sujeitou debaixo de seus pés. Mas, quando diz que todas as coisas lhe estão sujeitas, claro está que se excetua Aquele [O PAI] que sujeitou todas as coisas. E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas [A YESHUA], então também o mesmo Filho se sujeitará Àquele [AO PAI – ADONAI] que todas as coisas lhe sujeitou, para que D-us seja tudo em todos” (I Co.15:24). Este texto significa que D’us (O PAI) deu autoridade máxima a Yeshua nestes tempos, para destruir principados, aniquilar impérios, para subjugar o inimigo e conquistar o Reino, finalmente, quando o Messias cumprir sua missão, Ele devolverá o Reino pronto para PAI, para que ELE (D’US – ADONAI) seja tudo em todos. 1 - “Rô” (aspiração áspera + ómicron) ocorre quando o substantivo está no nominativo, quando se está no acusantivo é o artigo “ton”(tau + ómicron + ní). Nos substantivos femininos são outras ocorrências. 2 - As versões Almeida em Português adotaram a tradução “D-us Unigênito”, tradução esta rejeitada por várias versões clássicas e modernas, como a King James, a NVI e outras. Pois em alguns manuscritos antigos ocorre como “Filho Unigênito” e João raramente usa a expressão em grego para unigênito (monoguêne gr.) ligado a “D-us”, o sempre faz ligado a “Filho”. Como os manuscritos antigos do N.T. abreviavam nomes sagrados como “D-us”, “Filho”, “Israel”, (isto é chamado entre os estudiosos de nomina sacra), a similaridade das duas letras minúsculas Teta e Sigma que juntas eram uma abreviação para a palavra “D-us” e as letras Ypsilon e Sigma, que juntas eram uma abreviação para a palavra “FILHO”, poderiam ser facilmente confundidas por um tradutor. Daí a ocorrência em alguns manuscritos traduzirem o versículo como “Filho” e outras como “D-us”. Como João nunca usa a expressão “Unigênito” associada a D’us, mas várias vezes associada a Filho, as boas traduções não usam mais esta versão: “O D-us unigênito o revelou” e sim “O Filho unigênito o revelou...”. http://www.ensinandodesiao.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=90&Itemid=28